A implementação de sistemas de informação em saúde têm normalmente pelo menos um dos seguintes objectivos:
Cada sistema pode estar direccionado para ter os seguintes tipos de utilizadores:
Estes sistemas podem fazer uso de uma grande diversidade de tecnologias.
A área dos sistemas de informação para cuidados primários é hoje considerada como em crescimento na Europa. Os avanços na tecnologia e a constatação dos seus benefícios, forçam a sua implementação pelos governos dos vários países. Com exemplos de redução de custos noutros mercados europeus, a utilização das tecnologias de informação nos cuidados primários já não é de baixa prioridade. Apesar de muito do esforço de informatização estar centrado em hospitais, sabe-se que é através do aumento da eficiência dos cuidados primários que se consegue obter um impacto positivo a longo prazo nos custos da prestação de cuidados de saúde. São exemplos de países com projectos em funcionamento o Reino Unido (NHS Connecting for Health - CfH) , a Alemanha e a França.
Os sistemas de informação clínicos para os cuidados primários são sistemas que ajudam na gestão clínica do paciente ao nível da prática médica, e incluem funcionalidades como agendamento, registo da consulta e de tratamentos, dados laboratoriais e de imagem, e prescrição médica. Também podem incluir sistemas de apoio à decisão, sistemas de gestão de doença e acesso a apoio clínico on-line. Alguns sistemas possuem ainda ferramentas de análise para criar tabelas, gráficos e mapas dos dados existentes para apoio aos cuidados primários.
Os sistemas de informação administrativos para os cuidados primários são sistemas que ajudam na gestão dos pacientes e do funcionamento de uma instituição de cuidados primários, e incluem funcionalidades como gestão de doentes, agendamento, orçamentação e arquivo documental. Alguns sistemas incluem sistemas de informação clínicos e administrativos num único.
Integrado no esforço de modernização e melhoria de rendimento dos Cuidados de Saúde Primários e tendo em vista a implementação do Cartão do Utente do SNS, o IGIF desenvolveu, instalou e assegura a manutenção a nível Nacional, dum sistema estrutural e integrado de informação para os Cuidados de Saúde Primários denominado SINUS. Este sistema é orientado para o controlo administrativo nas áreas da Consulta, Urgência, Vacinação, Gestão da requisição e emissão do Cartão de utente e Registo Administrativo de Contactos, cujo modelo de funcionamento é comum aos Centros de Saúde/Extensões.
Um sistema de informação hospitalar pode ser descrito como sendo um sistema desenhado para auxiliar na gestão de toda a informação clínica e administrativa da instituição, e melhorar a qualidade da prestação de cuidados de saúde. Um sistema de informação hospitalar tem por objectivo integrar outros sistemas já existentes.
Os sistemas de informação existentes num hospital normalmente reflectem os vários departamentos existentes dentro da instituição. Eis uma divisão possível de um hospital:
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Os componentes tradicionais de um sistema de informação hospitalar são: administrativo, clínico e de apoio.
Estes componentes incluem subsistemas de gestão:
O SONHO (Sistema de Gestão de Doentes Hospitalares), sistema dominante nos Hospitais em Portugal, é um sistema de gestão de dados administrativos dos doentes e surgiu para satisfazer as necessidades organizativas existentes no final da década de 80 e em boa medida nos anos 90, no Sistema Nacional de Saúde. Foi desenvolvido no IGIF e encontra-se instalado na quase totalidade dos hospitais públicos.
Os serviços agrupam as funções relacionadas com a prestação de cuidados e outras actividades médicas em geral. Por isso são muito complexas e difíceis de modelar. Estas funções podem ser divididas em três subsistemas:
Os componentes do subsistema de prestação de cuidados são:
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Estes componentes cobrem todas as actividades dos laboratórios biológicos e serviços de imagem. Os componentes do subsistema de apoio médico são:
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Com a disseminação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), muitos departamentos hospitalares ou profissionais de saúde individualmente adquiriram software médico ou criaram as suas bases de dados informáticas, de forma a armazenar e gerir registos contendo dados relevantes dos seus doentes. Infelizmente, muitos destes sistemas não foram desenhados de forma a permitir a comunicação entre si, tornando ineficiente a utilização e partilha de informação clínica. Para além deste facto, a multiplicação de sistemas não articulados gera a existência de dados replicados ou contraditórios, e a não utilização de normas de terminologia ou até de identificadores únicos de doentes pode dificultar a sua integração, impossibilitando o acesso integrado a toda a informação existente de um doente. Nesta situação, o custo dos recursos humanos e técnicos necessários para a recolha, integração e armazenamento não automático de informação clínica é elevado.
A ideia de um sistema que assente em sistemas de informação previamente existentes, pode ajudar no processo de integração e facilitar a comunicação entre sistemas, sem pôr em risco os dados já existentes ou interferir com as suas actualizações. (Exemplo: HSJ.ICU - Informação Clínica de Utente)
No caso de sistemas de informação hospitalares existem vários tipos de sistemas e organização:
Actualmente os utentes são responsáveis por fazer a gestão e manutenção de informação relevante para a sua saúde (história familiar, análises, radiografias, boletins de vacinas, …). Estes dados existem normalmente em suportes pouco eficazes e de difícil organização, por se encontrarem em múltiplos documentos em papel dispersos ou na memória dos cidadãos.
Existem sistemas que fornecem num portal um ambiente personalizado por cidadão que permite concentrar informação útil e de carácter pessoal, que pode ser actualizada pelo cidadão, e onde posteriormente se podem obter registos informais relativos ao seu histórico de saúde, registos anatómicos, histórico das suas actividades relativas às suas consultas e/ou exames ou outros. Podendo também garantir de forma voluntária a subscrição dos cidadãos a serviços extras consolidados por portais das instituições prestadoras de cuidados de saúde da região (exemplo: consolidação de informação e mecanismos para chegar informação útil de carácter generalizado ou personalizado tal como alertas a disponibilizar por e-mail ou outro canal de distribuição relativamente à prestação de cuidados de saúde).
Objectivo
Inclui informação de: Episódios, dietas, fisioterapia,
vacinação, etc.
Marcel Lucas Müllera, Frank Ückertb, Thomas Bürklec,
Hans-Ulrich Prokoschc. Cross-institutional data exchange using the clinical
document architecture (CDA). International Journal of Medical Informatics
(2005) 74, 245—256 |
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